Halitose vem do latim “halitus” significa ar expirado e do grego “osis” doença ou condição anormal. Tanto em referências históricas, quanto na literatura Greco romana, principalmente nas comédias, existe menção de personalidades com mau hálito.
Em citações que datam de 1.500 a.C., Hipócrates descreveu que uma moça devia ter o hálito agradável e, para isso, desenvolveu um colutório com erva doce, vinho, sementes de endro e murta. Outros filósofos desta época relataram que o mau hálito era causa da infidelidade conjugal.
No Antigo Testamento, Jó (19:17) lamenta: “O meu mau hálito tornou-se intolerável para a minha mulher e meus irmãos recusam reconhecer-me”.
Plínio, em sua obra “A História Natural” publicada 77 a 79 d.C., descreveu que o uso de pena de abutre podia causar mau hálito. Melhor seria usar o espinho de porco espinho que tornava os dentes firmes.
O Talmud, livro sagrado dos judeus, considera o mau hálito uma deficiência grave, especialmente em relação ao cônjuge e sacerdotes, sendo fundamento importante para o divórcio e impedindo os sacerdotes de exercer suas funções.
Em 1874, J. W. Howe em seu livro “The Breathande the diseases with give it a fetid odor”, passa a considerar o mau hálito uma entidade clínica e relaciona a diversos fatores como: compostos derivados da destruição e reparação tecidual; efeito de substância medicinais; desordens emocionais; constipação e indigestão; cárie, tártaro e ulcerações bucais; garganta; laringe; traquéia; bronquite; herpes e intoxicação.
Dr. Joseph Tonzetich (1924-2000) foi considerado o pioneiro contemporâneo na pesquisa sobre o mau hálito.
O grande mestre Nelson Thomaz Lascala foi o primeiro a publicar em 1962, numa revista nacional, sobre halitose, como o título: “A halitose em pacientes com moléstias periodontais”.
No Brasil, Millôr Fernandes, ao falar sobre sexo e relacionamento, disse que o “Mau hálito é o maior anticoncepcional”.
Atualmente, o tratamento da halitose, suas causas e consequências é uma realidade possível. Existem técnicas e produtos com eficiência científica e clinicamente comprovados, para começar, usar bem o fio dental e a escova e escovar a língua é uma boa conduta. O tratamento deve ter como metas, restaurar um hálito agradável, recuperar a segurança, espontaneidade e auto-estima do paciente.
Gravamos esta reportagem para o programa Arte de Viver falando mais sobre o assunto:
Referência: ”Bom Hálito e Segurança: Metas essenciais no tratamento da halitóse”, Conceição, M. D. – Campinas, SP; Artes em Livros; 2013.