Disfunção Temporomandibular

Disfunção Temporomandibular

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Disfunção Temporomandibular

Geralmente ligada ao apertamento dental, a disfunção temporomandibular causa dores musculares de cabeça e pescoço, ruídos na área da ATM, tonturas que atrapalham as  funções do paciente.

As dores de cabeça podem ser tratadas com a ajuda do cirurgião dentista?

Muitas pessoas sofrem de dores de cabeça, de ouvido, músculos da face, pescoço e costas. Estas pessoas podem estar sofrendo de desordem temporomandibular ou dor oro facial, pois os músculos e as articulações não funcionam em harmonia, resultando em dores e espasmos.

Confira uma entrevista com o Dr. Couto sobre a importância do checkup odontológico para detecção destas doenças:

Dores na articulação temporomandibular (ATM) ou dor oro facial

ATM significa Articulação temporomandibular. Ela é a articulação que permite o movimento de abrir e fechar a boca. Existem duas ATMs: uma do lado direito e outra do lado esquerdo, em frente a cada ouvido. Cada vez que se fala, mastiga ou deglute, a ATM se movimenta.

Observe o movimento ao abrir a boca, você está usando suas articulações. Ponha seus dedos à frente do ouvido, abra e feche a boca, ou fale: você sentirá o movimento da ATM.

Temos abaixo um desenho da articulação em seu estado normal. Para evitar o contato direto entre os ossos, existe o disco articular, representado em rosa, que acompanha o movimento da mandíbula.

Por que o problema de ATM pode causar dor de cabeça?

As dores de cabeça provenientes das disfunções da ATM, em geral, não são propriamente de cabeça: são dores nos músculos que envolvem a cabeça. Posições posturais viciosas, relacionamento dental inadequado, apertamento e/ou ranger de dentes, associados ao “stress”, normalmente culminam em quadros crônicos de dores nos músculos da face, da cabeça e do pescoço.

Por que o problema de ATM pode causar dor de ouvido?

A proximidade entre a ATM e o ouvido pode ocasionalmente confundir o paciente sobre o local de origem da dor. Na realidade, a dor de ouvido é diferente da dor de ATM. Como diagnóstico diferencial, as disfunções da ATM não manifestam febre, não eliminam secreção pelos ouvidos e não são acompanhadas por quadros infecciosos das vias aéreas superiores.

Qual é a principal característica de um paciente que tem problemas de ATM?

O principal indicativo de uma alteração na ATM é o estalido (clique), normalmente acompanhado de dor que se manifesta na cabeça, face, pescoço, olhos e dentes. A ausência de dor não é sinal de normalidade. O estalido (clique), por si só, já traduz problemas na ATM.

Existe relação entre dentes e ATM?

Sim. O “encaixe dental” (oclusão) é responsável pela posição do côndilo (cabeça da mandíbula) dentro da articulação. Ocluir os dentes mais para frente, para trás ou para os lados traz conseqüências para as ATM. O ideal é que a oclusão tenha um relacionamento adequado, para manter côndilo e disco articular harmônicos e bem posicionado entre si, a fim de que a articulação seja saudável.

Como os músculos da mastigação e as articulações funcionam?

As estruturas que possibilitam a abertura e fechamento da boca são muito especializadas e trabalham juntas quando mastigamos, falamos e engolimos. Essa estrutura inclui músculos, ligamentos e ossos. A ATM é a articulação mais complexa do corpo. Os discos articulares permitem vários movimentos da boca como aberturas em diferentes graus e deslizamento. Muitos são os músculos que permitem abrirmos e fecharmos a boca, controlando os movimentos para frente e para trás, para os lados e fechamento. A articulação também está envolvida nesses movimentos.

fonte: http://www.flickr.com/photos/valdovirgo/4379827015/sizes/l/in/photostream/
fonte: http://www.flickr.com/photos/valdovirgo/4379827015/sizes/l/in/photostream/

Causa das desordens

Quando os músculos e as articulações não trabalham bem, acontecem os espasmos (restrição aos movimentos da boca, especialmente à abertura). Esses espasmos podem tornar-se parte de um ciclo que resulta em dano do tecido, dor, contração muscular e mais espasmos, fechando assim um ciclo que se repete indefinidamente.

Acidentes que envolvem a mandíbula, cabeça e pescoço ou doenças, como artrite, podem resultar em problemas da ATM. Fatores relacionados à oclusão dos dentes (mordida) também podem causar essas desordens

Hábitos bucais, como o bruxismo, podem ser uma resposta ao estresse do sistema. As pessoas podem apertar ou ranger os dentes durante a noite, esses movimentos causam o cansaço dos músculos que também resultam em espasmos, causando dor.

O alinhamento impróprio dos dentes pode causar dificuldades na mordida, na mastigação e na deglutição, o que leva os músculos ao estresse, assim como um dente que foi restaurado recentemente e se encontra alto quando fechamos a boca, em outras palavras, toca primeiro. O que é denominado de contato pré-maturo.

As causas da dor na articulação também podem estar relacionadas a interferências do disco articular (“menisco”), que está interposto entre as partes ósseas. O conjunto de alterações pode levar a restrição de abertura de boca e a dificuldade de mastigação.

São muitos os fatores etiológicos da Disfunção temporomandibular. Apresentamos a seguir as causas mais freqüentes:

Traumatismos (macro e microtraumas)

De acordo com estatística publicada no Journal of the American Dental Association (JADA 1990; 120:267), os traumatismos (pancadas) são responsáveis por mais de 44% dos problemas de ATM.

Aceleração/desaceleração cervical (Whiplash)

Freqüentemente relacionado a acidentes de carro (geralmente em batidas por trás), o brusco movimento da cabeça para frente e para trás causa estiramento e compressão dos componentes da ATM, podendo danificá-la.

Excessiva abertura de boca

Todas as articulações têm limitações de movimento, e a ATM não é exceção. Quando, por razões diversas, a boca é mantida aberta de modo exagerado, poderá haver danos aos ligamentos, à cápsula articular ou mesmo deslocamento de disco articular.

Hábitos parafuncionais

Alguns hábitos podem causar pressões inadequadas na ATM. A persistência de tais microtraumatismos leva a alterações intra-articulares, como: deslocamento de disco articular, alterações capsulares, ligamentares, diminuição de líquido sinovial entre outros.

Exemplos de hábitos parafuncionais:

Apertamento dental, apertamento de lábios, permanência de objetos entre os dentes, apoio de mão na mandíbula entre outros.

Má-oclusão

Má-oclusão significa “mordida” inadequada. A má-oclusão pode estar relacionada à discrepância de bases ósseas maxilo-mandibulares ou a desarmonia dental. Como a manutenção da saúde da ATM depende de uma boa oclusão, potencialmente, todo portador de má-oclusão é candidato a ter problemas na ATM.

Lassidão ligamentar

Algumas pessoas possuem todos os ligamentos das articulações relativamente frouxos (provavelmente por questões genéticas). A lassidão ligamentar em si não representa problema; no entanto, sua associação com outros fatores predisponentes pode levar à disfunção da ATM.

Outros fatores

Alterações sistêmicas (por exemplo: artrite reumatoide), alterações morfológicas congênitas, discrepâncias estruturais maxilo-mandibular, stress físico e psicológico, alterações hormonais etc.

Tratamento de ATM

Sinais e sintomas mais comuns das Desordens da ATM

  • Dor na região de ouvido, algumas vezes se espalha pela face;
  • Músculos da mastigação contraídos;
  • Estalido ou ruído ao abrir ou fechar a boca;
  • Dificuldade ao abrir a boca;
  • Mandíbula travada, trancada ou deslocada;
  • Dor ao mastigar, bocejar ou abrir a boca no máximo;
  • Certas dores de cabeça, pescoço e lombares.

Diagnóstico

Exames complementares são freqüentemente utilizados para diagnosticar com precisão a disfunção da ATM.

Tais exames compreendem

  • Imagens da ATM (radiografias transcranianas, tomografias, imagem por ressonância magnética);
  • Eletromiografia (EMG) computadorizada dos músculos do sistema mastigador;
  • Avaliação computadorizada dos ruídos nas ATMs (SonoPAK/I);
  • Avaliação computadorizada dos movimentos da mandíbula (Eletrognatografia).

Em casos crônicos, pode ser necessária a indicação de especialistas médicos (em geral, médicos ortopedistas) ou a avaliação de um cirurgião buco-maxilo-facial ou psicólogo.

Tratamento

O tratamento pode variar baseado em diagnóstico individual. Pode ser recomendado um tratamento envolvendo várias fases. Promover uma oclusão dentária que permita um bom relacionamento entre as estruturas da ATM e remover os fatores que possam estar associados ao problema.

O plano passo-a-passo é do maior interesse porque uma pequena correção pode ser necessária. Se a dor e outros sintomas persistem.

A. Objetivos

  1. Evitar cirurgia através de tratamento conservador;
  2. Reposicionar a mandíbula ao crânio para melhorar função;
  3. Minimizar a dor muscular;
  4. Melhorar a postura;
  5. Melhorar o limite de movimento;
  6. Reeducar o paciente em relação ao posicionamento correto da mandíbula;
  7. Reduzir a inflamação;
  8. Reduzir a carga adversa na ATM;
  9. Fortalecer o sistema músculo-esquelético;

B. Técnicas

O tratamento da Disfunção temporomandibular compreende:

  1. Instalação de Placas Inter-oclusais;
  2. Exercícios;
  3. Fisioterapia;
  4. Termoterapia (frio, calor, ultra-som);
  5. Eletroterapia (TENS, MENS);
  6. Anestesia nos músculos para bloqueio de “trigger points”.

A Disfunção temporomandibular direcionada aos músculos de modo geral é mais fácil de ser tratada quando se encontra no processo inicial. A resposta ao tratamento, que varia de paciente para paciente, está diretamente relacionada há quanto tempo o problema existe. O não tratamento precoce pode levar a alterações intra-articulares da ATM.

É necessário entender que o tratamento das alterações intra-articulares, tanto no caso da ATM como no das outras articulações do corpo do humano, não resulta no retorno dessas articulações a sua integridade morfológica total. No entanto, podem ter sua função normal, mesmo coexistindo com diversos tipos de sequelas.

E como prevenir?

O ideal é realizar o exame da oclusão e da palpação da ATM sempre que for ao dentista. Quanto mais rápido o distúrbio for detectado, mais simples é a cura. “As mães devem desde cedo evitar a perda dentária dos filhos e prestar atenção nos hábitos incorretos como chupar dedos, chupetas, morder objetos, lábios ou língua, respirar pela boca, etc. O uso de aparelhos ortodônticos preventivos e corretivos também são fundamentais na hora certa, seguidos de um ajuste na oclusão”.

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A odontologia dos tempos atuais caminha a passos largos e o controle das doenças já é possível para todas as idades.

Quais são as conseqüências do não-tratamento?

A disfunção temporomandibular é uma doença que, depois de instalada, é quase sempre progressiva. O que não se consegue determinar com exatidão e a sua velocidade de progressão e as suas conseqüências. Portanto, o ideal é o tratamento precoce, que certamente proporciona melhores soluções e resultados.

Perfil da disfunção

As tabelas abaixo exibem o resultado de uma avaliação de 400 pacientes efetuada no Centro de Diagnóstico e Tratamento da ATM.

Queixa principal do paciente

Dor na ATM 132 (33,00%)
Ruído na ATM 90 (22,50%)
Dor de cabeça 48 (12,00%)
Dor muscular 36 (9,00%)
Dor facial 34 (8,50%)
Dificuldade de abrir a boca 27 (6,75%)
Dor de ouvido 16 (4,00%)
Desgaste dental 10 (2,50%)
Zumbido 5 (1,25%)
Travamento aberto 2 (0,25%)

Distribuição por idade

Até 19 anos 63 (15,70%)
20-29 anos 127 (31,70%)
30-39 anos 99 (24,70%)
40-49 anos 62 (15,50%)
50-59 anos 27 (6,70%)
60-69 anos 14 (3,50%)
70-79 anos 8 (2,00%)

As dores de cabeça podem acometer as crianças?

Também conhecidas como cefaleias, as dores de cabeça não atingem apenas os adultos. Elas também são freqüentes em crianças e podem estar ligadas a sintomas de ansiedade. É o que mostram Maria Ângela Gorayeb e Ricardo Gorayeb, ambos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, em um estudo que busca identificar a quantidade de crianças, entre 8 e 13 anos, que se queixam de dores de cabeça associadas a sintomas indicativos de ansiedade. De acordo com o artigo publicado em setembro de 2002 na revista Arquivos de Neuropsiquiatria pelos pesquisadores, participaram da pesquisa 374 estudantes, selecionados em escolas públicas estaduais e municipais de ensino fundamental de Ribeirão Preto. Conforme respostas obtidas, as crianças foram divididas em três grupos: sem queixa de cefaleia, com queixa freqüente de cefaleia e com pouca queixa de cefaleia. Constatou-se, de acordo com os pesquisadores, que um pouco mais de 45% dos estudantes não apresentou nenhuma queixa de dor de cabeça, 13,5% queixam-se com freqüência e aproximadamente 41% de vez em quando. Das crianças que disseram ter freqüentemente dores de cabeça, a maior parte é de meninas. Com relação aos sintomas de ansiedade, Maria e Ricardo mostram que os mais citados foram bruxismo (ação de ranger os dentes durante o sono) e agitação, o que reforça, segundo eles a correlação entre ansiedade e cefaleia.

Eles afirmam ainda que esse estudo aponta para a “necessidade de um atendimento integrado médico-psicológico do paciente infantil com queixa de cefaleia, a fim de solucionar os diferentes aspectos envolvidos na problemática e garantir o melhor prognóstico para cada caso”.

Placas de Mordida (Michigan)

Indicada para tratamento dos distúrbios articulares (ATM) e musculares que envolvem o sistema mastigatório é necessária a utilização de placas interoclusais rígidas, suas características mais importantes são a resistência e a mutabilidade.

Resistência para manter a estabilidade dos contatos dentais. A mutabilidade permite depois da acrilização ajustes por remoção ou acréscimo de material, a fim de devolver estabilidade mandibular após prováveis alterações do seu posicionamento.

A placa visa criar, de uma forma artificial, os requisitos de posicionamento dental ideal para o paciente que, por uma ou outra razão (perda de dentes, ou má posicionamento), não os atinge com os seus dentes na posição que estão. Promovendo assim, um descanso da musculatura e alivia trações e compressões sobre os tecidos articulares – ATM (Articulação Temporomandibular), que fica próximo aos ouvidos, aliviando assim dores de cabeça, estalados, ruídos de areia. Essa posição é aceita, como a de início de tratamento ortodôntico ou restaurador protético.

Fonte : Contin, I, Revista – APCD vol. 54 – n.2, mar/abr -2000,pg 125.

Quando realizar uma cirurgia na Articulação Temporo Mandibular? Assista ao vídeo que segue abaixo:

Disfunção Têmporo Mandibular em Balneário Camboriú

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Carranza, F. A.; Newman, M.G. periodontia clínica Guanabara Koogan, 8ª Edição, Rio de Janeiro, 1997.
Fedi Jr., P.F.; Vernino, A . R. Fundamentos de periodontia, Editorial Premier, 3ª edição, Colômbia, 1998, p.48-53.
Gorayeb, M.A.; Gorayeb, R, Quantidade de crianças, entre 8 e 13 anos, que se queixam de dores de cabeça associadas a sintomas indicativos de ansiedade, Arquivos de neuropsiquiatria, setembro de 2002.
Jeffcoat, M. “Consensus reports from the 1996 world workshop of Periodontology.”, JADA, vol.129, septemper, 1998.
Journal of the American dental Association (Jada 1990; 120:267),
Lindhe, J. Tratado de periodontia clínica e Implantodontia oral, Guanabara Koogan, 3ª edição, Rio de janeiro , 1999.
Ramfjörd, S.P.; Ash Jr.,M.M. Periodontologia e periodontia – teoria e prática moderna , livraria editora santos, 1ª edição, São Paulo, 1991.
Temporo-mandibular disorders – TMD Suplemento da American Dental Association ADA, 1990.Wilson, T.J.; Kornman, K.S..; Newman, M.G. Advances in periodontics. Quintessence Publishing CO, inc., Illinois, 1992.
Site http://www.cdtatm.com.br/z1.htm

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Tratamentos

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