Halitose e Mau Hálito

Halitose e Mau Hálito

Title:

Description:

Halitose e Mau Hálito

Não há nada mais desagradável do que conversar com alguém que tenha mau hálito. Ele pode ter várias origens, confira!

Será que eu tenho mau hálito?

De acordo com a professora Olinda Tárzia da USP de Bauru, durante muito tempo a odontologia se preocupou apenas com o problema cárie. Depois começou a se preocupar com as gengivas (e surgiram os periodontistas), com a articulação correta (os ortodontistas). Hoje se tem dado grande ênfase aos implantes dentais (estão surgindo os implantodontistas) e mais recentemente o interesse esta se voltando para os problemas relativos ao mau hálito. Por conta disso, varias clinicas odontológicas tem surgido nos Estados Unidos denominadas Centros de Tratamento de Halitose. Muitas delas tem montado “franquias” por todo o pais e até no Canadá, como é o caso das Clinicas do Dr. Katz. Até no Brasil já temos algumas clinicas que só fazem o tratamento do mau hálito.

Tudo isso vem acontecendo por dois motivos:

  1. Primeiro, a valorização da saúde bucal e da suada em geral vem aumentando entre os pacientes, vem se tornando mais refinada;
  2. Segundo, já existe um consenso entre os dentistas que da mesma maneira que temos a placa bacteriana dental (que provoca carie, rica em microrganismos acidogênicos), a placa bacteriana periodontal (que provoca doença periodontal – alterações das gengivas – rica em microrganismos proteolíticos), também temos a placa bacteriana lingual (costumeiramente conhecida como saburra lingual) que provoca hálito, além de predispor a outras doenças tais como pulmonares e gástrica
  • Faça o download da tese de monografia (Apresentação em PowerPoint) sobre Halitose de uma aluna orientada pelo Dr. Jose Luiz do Couto (clique aqui)

Enquanto a placa bacteriana dental e periodontal podem ser facilmente removidas com o fio dental e a escova de dente, a placa bacteriana lingual não se tem dado ênfase com relação a sua remoção, o que é de grande importância não só para a saúde bucal como para a saúde geral do indivíduo.

O indivíduo com saburra vai observar que o dorso de sua língua é esbranquiçado, carregado de um material branco e viscoso que a bem da verdade precisaria, no mínimo, ser removido. Essa remoção pode ser feita até pela simples escovação da língua ou, quando o paciente tem muita sensibilidade ao vomito, pelo uso de aparelhos limpadores linguais apropriados a esse fim. Na verdade os limpadores linguais só são atualmente uma “novidade” porque ficaram esquecidos por muito tempo. Hoje esta se dando a eles a devida importância e se resgatando um costume muito antigo entre os hindus e outros povos.

Também é verdade que a limpeza da língua saburrosa não é suficiente para se resolver o problema, mas é um grande passo. Da mesma maneira que a escovação dos dentes remove a placa bacteriana que provoca carie (remoção mecânica) e ajuda a prevenir a carie dental, a limpeza da língua (com escovas dentais ou mais eficientemente com os limpadores linguais) remove a placa bacteriana lingual e previne o aparecimento da doença periodontal, pulmonar, gastrite e halitose. Essa remoção mecânica é importante porque reduz a quantidade de microrganismos em proliferação no dorso lingual e, portanto a possibilidade deles virem contaminar o sulco gengival, o pulmão e o estômago (gastrite por Helicobater pylori). Além disso, reduz a halitose provocada pela ação desses microrganismos (que são proteolíticos anaeróbicos) sobre células epiteliais descamadas da mucosa bucal produzindo, no final da proteólise a liberação de sulfidreto (SH2) que tem um cheiro típico de ovo choco.

A limpeza da língua é importante e é um grande passo para a saúde bucal e geral. No entanto, quando a saburra esta instalada, só a limpeza não é suficiente.

Precisamos agora responder a uma outra pergunta: Por que a saburra se forma? Mais ainda: Por que alguns indivíduos tem saburra e outros não? 0 que esta ocorrendo na cavidade bucal desses indivíduos que os predispõem a formação da saburra? Em primeiro lugar é a redução do fluxo salivar e em segundo o grau de descamação da mucosa oral que quanto maior (fora das condições fisiológicas) maior será a saburra.

Agora nos colocamos diante de uma nova indagação: Por que o fluxo salivar se reduz (temporária ou permanentemente) em alguns indivíduos? Varias causas estão bem estabelecidas e é por essa razão que além da higiene da língua, as pessoas portadoras de halitose devem procurar um profissional competente para restabelecerem o fluxo salivar normal, além de no caso de halitose, verificarem se não existe, além da saburra, outras causas capazes de provocar o mau hálito.

Hoje sabemos que existem mais de 50 causas para o hálito desagradável, sendo a presença de saburra apenas uma delas. Embora seja APENAS UMA DELAS, é a mais freqüente causa de hálito, respondendo por no mínimo 95% dos casos.

Importante

Nem sempre o hálito presente tem uma única causa. Muitas vezes vemos a xerostomia leve acompanhada de outros motivos para o hálito como, por exemplo, o tártaro com leve sangramento, irritação gengival, prisão de ventre ou mesmo diarreia, diabetes, etc. Só não culpem o estômago, em geral ele é a vitima e não o réu. Por todos esses motivos, vamos nos acostumar a manter nossas línguas higienizadas enquanto ainda não procuramos a orientação do nosso dentista. Não nos esqueçamos: é importante o tratamento das causas que no momento estão provocando a formação da saburra. Removê-la é apenas o primeiro grande passo. Se não for tratada ela vai sempre se formar novamente para ser novamente removida e assim sucessivamente.

Segundo a Dra. Ana Christina Kolbe a Halitose – nome científico do mau hálito – não é uma doença, mas si, um sintoma de má higiene oral ou de que algo está errado em seu organismo. Pode ser algo bem simples de resolver (como uma boa higiene oral) ou mais complicado (Diabetes,Stress etc). O importante é aprender a reconhecer os sintomas, controla-los e a partir daí buscar a causa (ou o conjunto delas) e então adotar as medidas para acabar definitivamente com o problema.

Pesquisa

As últimas pesquisas realizadas no Centro de Halitose da Universidade da Califórnia mostram que 60% da população americana é portadora de halitose crônica e quase 100% é portadora de halitose esporádica, como no caso da halitose da manhã. Esses dados surpreendentes mostram um aumento significativo do número de portadores de halitose e chegou-se a conclusão de que as duas maiores causas desse crescimento são:

  • Stress
  • Mudanças nos hábitos alimentares.

O Stress contribui com o aumento de portadores de mau hálito porque descarrega no sangue uma substância chamada Adrenalina que inibe o funcionamento das glândulas salivares, principalmente as parótidas, causando a Xerostomia (pouca ou nenhuma produção de saliva). Quando o individuo reduz o fluxo salivar ele permite que haja um aumento da saburra ou placa bacteriana lingual no dorso superior da língua aumentando a quantidade de produção de um gás à base de enxofre (compostos voláteis de enxofre) que tem odor desagradável, o mesmo ocorre durante a noite, pois o paciente estando com a boca fechada e músculos em repouso por horas, diminui o fluxo salivar causando da mesma forma o aumento da produção de gás e conseqüentemente o mau hálito. Portanto a quantidade de saliva tem importância fundamental na presença ou não do mau hálito, além de equilibrar o pH da boca evitando a proliferação de bactérias, principalmente as anaeróbias (que vivem sem oxigênio) e que são responsáveis pela fermentação e decomposição da matéria orgânica encontrada na língua gerando esse gás de enxofre. O ser humano tem cerca de 400 tipos de bactérias diferentes na boca e não podemos transforma-la em um meio estéril; o que podemos é conviver em harmonia com elas (as bactérias) evitando o desequilíbrio e aperfeiçoando os hábitos de higiene oral.

Com relação à mudança nos hábitos alimentares o que ocorre é que cada vez mais estamos ingerindo alimentos industrializados, pastosos e liquefeitos, e com isso ingerimos uma quantidade muito menor de fibras que ao serem mastigadas provocam um atrito sobre a língua conseguindo assim promover uma auto-higiene na mesma e reduzindo a tão temida Saburra lingual.

O outro fator que causa a baixa produção de saliva e aumenta a saburra, com freqüência é o uso de medicamentos (betabloqueadores, antidepressivos, remédios para o coração, antitérmicos etc) como no caso do Isordil, Prosac, Ocadil etc por isso é freqüente vermos doentes com halitose. Em casos de pacientes diabéticos sem controle a halitose pode ser um alerta de pré-coma diabético, portanto a família dos portadores desta doença deve ficar alerta se eles apresentarem halitose.

Origens da Halitose

Para a Dra. Ana Christina Kolbe também existem mais de 50 origens para a halitose:

  • Boca – Mais de 90% dos casos de halitose tem origem na língua, provocada pela Saburra ou placa bacteriana lingual, em segundo lugar vem os problemas periodontais (de gengiva) depois vem alimentos em decomposição entre os dentes, próteses dentárias fixas com infiltração ou móveis porosas sem uma correta higiene. A cárie por sua vez só provoca o mau hálito quando em estágios muito avançados (necrose de polpa, abcessos etc.). Especialistas em halitose alertam: Não removam os seus dentes na esperança de ficarem curados desse problema, nem se submetam a cirurgias como: histerectomia ou amigadalectomia, pois estas atitudes drásticas e irreversíveis não irão solucionar o seu problema.
  • Nariz e Garganta – Infecções na garganta, sinusites, rinites, abcessos, cálculos de amídalas ou câncer de faringe, podem provocar o mau hálito. Alem disso problemas crônicos das vias respiratórias superiores com ou sem pus geram o gotejamento freqüente de um muco na base da língua que aumenta em muito a quantidade da saburra, provocando o mau hálito.
  • Problemas Respiratórios – Pacientes respiradores bucais tendem a ter um ressecamento grande da mucosa da boca gerando excesso de descamação das células dessa mucosa que se depositam sobre a língua e entram em decomposição aumentando o odor desagradável. Portanto pacientes que não conseguem respirar bem pelo nariz ou não tem uma boa oclusão dos dentes são propensos à halitose.
  • Pulmão – Nesse caso o que ocorre em geral é que as substâncias voláteis ingeridas nos alimentos do tipo cebola, alho, etc., em medicamentos ou ainda em bebidas alcoólicas vão para o sangue e são eliminadas no momento da troca nos alvéolos de oxigênio por gás carbônico e esse tipo de halitose é passageira.
  • Estômago – Ao contrário do que se acreditava antigamente, o mau hálito não é proveniente do estômago com exceção do caso de eructação gástrica (arroto) ou em casos avançados de câncer.O mau hálito foi por muito tempo associado ao estômago porque quando os portadores deste mau se alimentavam obtinham uma melhora e associavam ao fato de terem colocado alimento no estômago. O que ocorre na verdade é que há uma troca de substâncias em decomposição e produzindo gás localizado nos sacos entre as papilas da língua por resíduos de alimentos novos e que levam no mínimo 20 minutos para iniciar o processo de fermentação e produção de gás novamente.O que pode ocorrer também é que pacientes que se submetem a dietas rigorosas sofrem uma hipoglicemia que provoca uma quebra metabólica de proteínas e gordura, causando o mau hálito e que pode desaparecer com a ingestão de alimentos não aromáticos (uma colher de chá de mel), esse tipo de halitose se observa também em casos de profissionais que por excesso de trabalho fazem um intervalo muito longo entre as refeições.
  • Intestino – Quando o bolo alimentar em estado de putrefação devido à ação dos microorganismos demora de ser eliminado (prisão de ventre) o paciente leva os gases através do sangue para o fígado e daí para o pulmão onde é expelido em forma de hálito fétido e é chamado de hálito fecal.
  • Doenças sistêmicas – Insuficiência Hepática, tuberculose, cirrose, insuficiência renal, escorbuto, etc são fatores que podem levar a halitose.
  • Problemas psicológicos – Existe uma halitose psicológica onde o paciente afirma ser portador desse problema, mas não o tem de fato, nesse caso é indispensável o uso do Halímetro (aparelho fabricado nos EUA) que mede em ppb (parte por bilhão) a presença do enxofre no hálito. Existe também o problema psicológico do portador real de halitose que convive com a rejeição por parte da sociedade e que tende a se isolar tornando-se eremitas em casos extremos, por isso todo especialista em halitose deve trabalhar o lado emocional dos pacientes para que possam recuperar a autoconfiança. Este foi um dos pontos mais discutidos na última Conferência de Odores do Hálito realizado em Vancouver no Canadá, promovido pela Associação Internacional de Pesquisas dos Odores do Hálito em agosto do ano passado.

Controle do mau hálito

Cura milagrosa não existe. O melhor modo é concentrar-se em uma forma melhor de escovação.

Tratamento para o Mau Hálito

É difícil você sentir o próprio hálito, pois o nariz se adapta a qualquer odor a que fique exposto por muito tempo. A melhor maneira de avaliar o hálito é pedir a alguém – um amigo, parceiro ou dentista – para cheirá-lo. Um modo menos confiável é passar o fio dental nos dentes ou esfregá-lo na língua. Depois cheirar. Se apresentar algum odor, o hálito provavelmente também terá.

Fazer uma concha com a mão e tentar sentir o próprio hálito não funciona porque quando a pessoa exala, o cheiro que se obtém já está misturado ao odor da pele das mãos.

A boca abriga a bactéria que produz o mau hálito. Ela libera dois gases, que tem cheiro semelhante ao ovo podre ou alho. Os casos mais comuns de mau hálito estão associados a uma higiene oral deficiente, mas outras circunstâncias podem contribuir também para o problema. Combater o mau hálito é uma questão de manter estas bactérias em níveis baixos.

Quando se dorme, a salivação diminui acentuadamente. Sem a saliva, a desagradável bactéria do odor espalha-se rapidamente pela boca. Escovar e passar o fio dental nos dentes remove a bactéria e refresca o hálito. Se estiver apressado, enxágüe a boca com água para aliviar o mau hálito matinal, pois isso estimula a produção de saliva. Comer alguma coisa crua, como um pedaço de fruta, ajuda a estimular a salivação. Por outro lado, o café pode agravar o problema, pois a cafeína diminui a salivação. Seria melhor tomar uma xícara quente de chá de camomila, que estimula o fluxo da saliva.

O mau hálito é mais comum quando:

  • Se fala por muito tempo; quem faz palestras ou negócios por telefone, fica com a boca ressecada e o hálito piora;
  • No final da tarde, o mau hálito se manifesta justamente antes do jantar, pois a salivação diminui quando não se come ou se bebe por várias horas.
  • Durante a menstruação, um ou dois dias antes também, devido mudanças hormonais que produzem uma maior quantidade de compostos de forte odor na boca. Uma alteração hormonal similar no meio do ciclo pode, por vezes, causar mau hálito na ovulação.
  • Quando a pessoa faz exercícios físicos, a salivação diminui durante exercícios fortes, especialmente quando se respira pela boca. Para manter uma produção satisfatória, deve-se beber muita água durante e depois dos exercícios.
  • Quando se tem um resfriado, porque há ressecamento da boca. Remédios que contenham substâncias anti-histamínicas também diminuem a salivação. O melhor, neste caso, é beber muita água e chupar pastilhas sem açúcar para garganta.

A lavagem bucal trata o sintoma (odor), mas não a causa do problema (bactéria). Por essa razão é uma solução passageira. O anti-séptico mata a bactéria se puder atingi-la, mas isso quase não acontece porque a bactéria se esconde embaixo de uma placa protetora. Não há garantias de que as bactérias eliminadas pela lavagem são as que causam o mau hálito. A lavagem bucal deve ser parte da higiene diária – escovação e fio dental – e não um substituto dela.

As pastilhas e spray bucal criam uma ilusão de hálito melhor, mas ao contrário dos anti-sépticos, eles não reagem em mesmo por pouco tempo. O meio mais seguro para se ter um hálito perfumado, é chupar uma bala de limão, sem açúcar, o sabor cítrico estimula uma salivação refrescante.

refrescantes naturais para o hálito

 

Também existem os refrescantes naturais para o hálito. Canela, cravo-da-índia e anis, por exemplo, disfarçam o mau hálito por algum tempo, mas não tem efeito de redução de bactéria presente na boca. Quando passa o efeito – em questão de minutos – o mau hálito retorna. Por outro lado, a salsa dá frescor ao hálito. Tudo porque também estimula a salivação.

Cura milagrosa não existe. O melhor método é concentrar-se em uma forma melhor de escovação. Os especialistas recomendam que os dentes sejam escovados pelo menos por cinco minutos, porque leva tempo desalojar os resíduos de comida e as colônias bacterianas. Uma escova de dente elétrica pode tornar o trabalho mais eficiente. É necessário escovar todas as superfícies do dente, a língua e as bochechas. Após a escovação, usa-se o fio dental. O odor se origina em pequenas depressões em torno do dente e o fio dental pode mantê-las relativamente livres disso.

Se a higiene regular não eliminar o problema, o dentista poderá dizer se ele é causado por alguma doença da gengiva. Se, mesmo assim o problema persistir, a solução é consultar um médico.

O mau hálito pode ser sintoma de um problema de saúde. Pode ser sintoma de diabete, sinusite, infecção da garganta, doença dos rins ou do fígado e, muito raramente, câncer bucal, garganta ou laringe.

À parte de trás da língua é o ponto de maior concentração de bactérias que provocam o mau hálito e, nesse caso, o raspador lingual é mais eficiente do que a escova de dente, pois desaloja e raspa toda ela. É só inserir o raspador e pressionar sobre a língua. Raspar a superfície da língua por diversas vezes. Enxaguar a boca após o término com bastante água.

Tratamento de Halitose em Balneário Camboriú

Agende uma avaliação agora mesmo para mais informações sobre Halitose. Atendemos clientes de todo o Brasil em Balneário Camboriú – Santa Catarina. Clique aqui para agendar, ou ligue para +55 47 3367-4822.

REFERÊNCIA BIBLOGRÁFICA:

Dra. Ana Christina Kolbe

SUPLEMENTO DE SAÚDE: TRIBUNA CATARINENSE, BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 29/03 a 04/04 de 2002, pag. 23

“Protocolo para Atendimento Clínico para Prevenção, Controle e Tratamento da Halitose” Prof.ª Dra. Olinda Tárzia, professora, doutora e pesquisadora da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo.

Category
Tratamentos

Leave a Reply

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


Copyright by BoldThemes 2018. All rights reserved.